quinta-feira, 17 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
UMA SÓ FAMÍLIA
Gostaria de refletir sobre a importância do trabalho coletivo no Aikidô. Para tal, vou pegar emprestado alguns conceitos do budismo.
No budismo se diz: busco refugio no Buda, no Dharma e na Sangha. Sendo (grosso modo) Buda a centelha divina que temos em todos nós. Dharma, o caminho da transformação. Sangha a comunidade. Quando recitamos o Terceiro Refúgio sabemos que temos coisas a fazer, e sozinhos não chegaremos muito longe. Nosso trabalho é ajudar a construir a Sangha, porque a Sangha é o único instrumento através do qual podem compreender o ideal do Buda e o Dharma. Uma Sangha verdadeira é como um veículo transportando o Buda e o Dharma.
No Aikidô não é muito diferente, sozinhos não iremos a lugar nenhum. Nossa prática é coletiva, nos apoiamos e crescemos juntos. Esta é a beleza do Aikidô. Um caminho que não remete a ser melhor que o outro, mas que nos ajuda a superar nossos próprios limites e a ir além daquele ponto que jamais imaginamos conseguir transpor.
Acredito que já estamos aptos a superar esta figura do guerreiro solitário. Este ideal vem do tempo em que guardar para si as técnicas de esgrimir era caso de vida ou morte. Hoje em dia, para mim, caso de vida ou morte é algo que passa por um entendimento do que seja o coletivo. Se a humanidade não compreender realmente o sentido de compaixão, se não entender que estamos ligados uns aos outros como uma rede não iremos a lugar algum.
Nas palavras do fundador Morihei Ueshiba Sensei: o Aikido não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Significa que o segredo do Aikido é a busca da harmonia com o Universo, é tornar-nos unos com o Universo.