segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Simplesmente caminhe!
Algumas vezes chegam iniciantes querendo saber em quanto tempo eles se graduariam na faixa preta. Eu sempre conto o caso do discípulo que pergunta para o mestre em quanto tempo ele será bom na arte.
O mestre diz: vinte anos.
O aluno insiste: e se eu treinar duro, sem descanso, muitas horas por dia?
E o mestre: trinta.
Tem um blog é muito legal. Sempre vou lá: http://pensandozen.blogspot.com/
O texto abaixo é dele. Tem tudo a ver com praticar um dia depois do outro. Confiram!
Tudo em nossa vida pode ser simplesmente uma obrigação, ou pode ser uma maneira de seguir o caminho.
Três operários trabalhavam numa obra, quando um homem aproximou-se.
“O que você está fazendo?“ perguntou ao primeiro operário.
“Estou ganhando a vida!“, disse, mal humorado.
O visitante virou-se para o segundo operário e fez a mesma pergunta. “Estou quebrando pedras”, respondeu ele.
Finalmente, o visitante se aproximou do terceiro homem e fez a mesma pergunta.
“Estou construindo um templo”, foi a resposta.
Os três faziam a mesma coisa. Mas apenas o terceiro compreendia verdadeiramente sua tarefa.
“Quando alguém pergunta: Qual o caminho? O Zen responde: “Simplesmente caminhe!”
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
ACEITAÇÃO
Tem um pensamento Zen que diz assim: se você não quer que suas vacas fujam, derrube as cercas.
Acho esta frase de uma sabedoria incrível. E podemos aplicar esta idéia no Aikidô e na vida.
Quando temos alguma expectativa que desejamos que seja cumprida, passamos a não aceitar a realidade tal como ela se apresenta. De que serve ficar consertando as cercas e nos ocupando de vigiar as vacas? Se elas fossem livres, não teriam para onde fugir. Fugir, neste caso, não faz o menor sentido, já que podem ir a qualquer lugar.
O importante é a mudança na nossa atitude e o que resulta disto. Quando mudamos nossa forma de lidar com o desejo de tentar controlar as coisas, algo acontece, e simplesmente aceitamos os fatos com eles são. Aceitamos e respeitamos o desejo do outro. Notem que isto não quer dizer passividade ou conformismo, mas sim a capacidade de reconhecer o desejo do outro e fluir com ele.
No Aikidô não é diferente. Quando aceitamos sem julgamentos ou expectativas o ataque que chega, conseguimos lidar com ele de uma maneira mais harmônica. Tudo isto porque não queremos enquadrar a realidade em uma forma pré-concebida. O que vier é bem-vindo.
Edival
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Quem é o inimigo?
Há alguns anos participei de um seminário muito interessante. O ministrante, cujo nome me falha à memória, era um japonês que mora no Rio, mestre em esgrima e outras artes como Aikidô e Karatê. Minha impressão é que, como muitos que ficam isolados, ele acabou criando um estilo próprio e sui generis.
Mas o que me chamou a atenção, além de sua agilidade e poder (apesar da aparente estrutura franzina), foi sua calma e sua visão profunda de várias artes marciais.
Entre muitas falas dignas de nota, ele disse algo mais ou menos assim: antigamente, os guerreiros sabiam muitas artes. Sabiam montar e atirar fechas em movimento. Se as flechas acabavam, dispunham da lança, mas se esta quebrava, eles empunhavam a espada, longa ou a curta, conforme a necessidade. Perdendo estas, ou dependendo da situação, muniam-se do punhal e, mesmo sem este, sabiam muitas técnicas usando apenas as mãos. Porém, mais do que vencer, eles queriam sobreviver. Vencer significava que um dia você poderia estar no outro extremo, ou seja, você poderia morrer. Apesar de não temerem a morte, os Samurais definitivamente queriam antes de tudo sobreviver. Mais do que matar, o fundamental era estar vivo.
A pergunta que me faço é: o que é sobreviver nos tempos atuais?
Infelizmente, hoje em dia o homem desenvolveu muitas formas de matar. Formas mais eficientes e implacáveis. Armas altamente sofisticadas são usadas a esmo no crime organizado pelo mundo afora. Armas de destruição em massa são as vedetes no comércio bélico mundial. Genocídios são cometidos usando armas socialmente aceitas e amparadas por políticas econômicas cruéis e insensíveis. Então o que poderia mudar esta dura realidade?
Penso que, no âmbito da nossa prática, o que podemos fazer é desenvolver uma percepção mais sutil e profunda do nosso ser. Assim não levaremos adiante a lógica do vencer ou perder. No meu entedimento, pode haver uma solução harmoniosa que não opere com estes parâmetros maniqueístas. Daí a minha admiração pela prática dos Taigis, nos quais o que está em jogo é a qualidade da interação entre nage e uke. Muito mais do que alguém que faz algo ao outro, nage e uke são um só, e, assim, um com o universo.
Acabo concluindo que, paradoxalmente, as artes marciais podem lidar com referências de luta e guerra, mas não fomentar a violência. Esta é a grande evolução das artes marciais. Morihei Ueshiba, Ô Sensei, não formatou uma arte marcial para a paz? É o Jitsu cedendo lugar ao Dô, é a arte marcial como caminho para a evolução da consciência. A arte marcial como caminho espiritual, e cada vez menos como instrumento para subjugar o outro ou mesmo se defender. Defender-se de quê? De quem? O inimigo somos nós mesmos. Nossa desconexão entre mente e corpo. Nossos medos e ódios. Nossa mente da discórdia e da ignorância.
Taigi - observações
Quando em uma competição de TAIGI, os juízes observam o estado de unificação de mente e corpo em cada movimento, não apenas na técnica, mas também no cumprimento, na forma de andar e até no Ma-ai (distância correta). Os pontos a serem observados são: Equilíbrio, Rítmo e Amplidão
Equilíbrio - Significa a postura com unificação de mente e corpo. Se você tenta projetar o parceiro com força, acaba ficando tenso e sem equilíbrio. O corpo balança para os lados e para cima e para baixo quando você se movimenta. Entretanto, se vocÊ acalma a mente no ponto um no abdomêm e se move a partir deste ponto, a postura se torna estável sem nenhum tipo de balanço, independente de quão forte ou rapidamente se move.
Rítmo - Significa "rítmo natural" como o nome sugere. Se você tenta projetar o parceiro forçosamente,o seu rítmo fica agitado, Pelo outro lado, se você não usa muita intensão, seu rítmo fica vagarose e sem nenhum Ki. Mover com unificação de mente e corpo sempre tem um rítmo natural.
Amplidão - Significa a completa extensão de Ki. Quando um mestre age, ele parece muito grande. Da mesma forma, quando os praticantes expandem o Ki, a sua performance parece muito ampla, grande. Se sua mente se apegar à idéia de tentar executar uma ótima performance, o Ki não se expande e a performance irá parecer pequena. Quando seu movimento parece relaxado e grande, sua técnica ira funcionar. Apenas observando a amplidão dos movimentos dos participantes de uma competição de TAIGI, já se é possível entender a unificação de mente e corpo.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
SEMINÁRIOS COM KOICHI KASHIWAYA SENSEI
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